Quisera

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  Minhas sensações incrustam surrealidade imersa nos meus discursos. Sou um poeta mortificado no transeunte dicotômico do real-e-ideal. Um fio capilar que esvoaça quando solto em queda. Do apartamento vejo a fome, a dor e a miséria. Quisera eu ser o sustentador desse choro que me cabe no gemido dos galhos e farfalhar das folhas, quisera-me sonhos despir no ideal mundo pregador sem ator. Quisera morrer e ver a florir um bem-viver antagônico com a valoração fútil que nos estamos asfixiados no hoje. Quisera ao menos abarcar as próprias dores de poeta sem poesia e viver sem angústia nessa tácita desigualdade que tecemos... Quis... Era... Sem cor ou sabor, mas permanecendo um sonhador.



O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
Fernando Pessoa

Vendaval

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  Tenho em mim todos os sonhos do mundo e por esta que me guardo na própria ontologia segredos aqueles que devastam nossa monotonia. Eis aqui, antagonicamente a perfeição da confusão, o tudo do nada ou o contrário, a sorte do revés ou o revés que também se é sorte. O mundo, aos braços de ser sem rumo. A existência e sua maior incumbência de se ser plena. Tenho em mim, todas as dores daqui, as artroses dali e as barbáries de teias próprias nossas que tecemos nas injustiças e descriminações. Sou de toda sensibilidade e angústias efêmeras que me são pulsadas na essência inquieta do meu vendaval, um sujeito normal. Oh, sou desse mundo ideal de platônico sonho real, sem nada de descomunal. Sou sujeito normal, ou melhor, apenas vendaval.



Às vezes ouço certo assovio lá fora
e esqueço o próprio vendaval de dentro

Fim

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Fim
Sem Tristeza
Ou baque de doença
Finitude
De minhas-tuas
Vontades cruas
Morto
Amordaçado em si
Sem choro ou sintoma de dor
Vontade insaciada
Mais palavras jogadas
Nessa imensa solidão
Sem mim
Ou
Fim

Autodolor

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  Eu tô perdido, em pendências caídas da sutileza profunda de cortes sem sangue, inestancáveis. Eu tô devasto, em mim, incolor no pêndulo do olhar que vagueia no breu da solidão densa sentida. Intrinsecamente corroído por feridas que latejam palavras bem ditas. Príncipe encantado, novo conto desvairado sem norte ou cor, desejo vil, rainha da dor, que me desfaz doido de doído de dor indolor. Inocência, dissabor. Transmuta o meu eu num sussurro sem breu. Diagnostica minha loucura, afaga minha desordem, recupera minhas perdas... Hey moço, quanto custa um ar? Muda-me de lar. Toca-me na van e rejuvenesça a vã alegria do vão do meu coração.  Eu tô cansado, esgotado e sem cor. Luta, relutante, baleado, furado de esperanças ternas em pensamentos vazios. Frio. Sem nada. Inabitável. Abalável. Abismo. Abismal. Silêncio sepulcral. Caí. Caído. Córrego insensível. Estou invisível! Sou um morto, do muito vivo e um sonhador que ainda acredita no amor.




E são tantas marcas
Que já fazem parte
Do que eu sou agora
Mas ainda sei me virar
Eu tô na lanterna dos afogados

Paralamas do Sucesso

O que faz eu aqui?

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Me assusta e me encantas
na forma que danças
o doce sabor da tua dor

Prenda-me e leve
em lugar algum
encaixe-se no rum
e descreva teu alvoroço antigo
no tremendo zunzunzum

Hipnotize, faça doer o que te sinta
gaste tuas rimas e dissemine tuas sinas
aliás, o que faz eu aqui
na tremenda dor do seu dissabor

Liberta-me e sinta
A viagem da não melodia
do desgosto sossego da nossa morfina
Aliás, o que faz eu aqui?


É noite!

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  Olhar pro mar me faz pensar... em ti. A brisa vai e vem pro nosso amor se sentir tão bem. E os olhos estrábicos do rosto ossudo não enxergaram o tempo tão rápido que passou, mas sentiram o amor tão forte que perdura. É noite e eu não durmo mais, meu sonho, ó quanta realidade! Tá frio, esquente-me um pouco mais com o abraço da mais pura verdade! É noite e eu não quero acordar dessa imersão de plena sinceridade. É amor, da mais pura bondade e sentimento muito do mais além da normalidade. Que frescor dessa brisa morna de beldade. É noite da mais aconchegante de sensibilidades tocantes. Torpor! Faz calor nesse céu estrelado da tua emoção, ou melhor, quanto sol no aconchego do teu coração.

Muito acima do chão

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Procurava um sopro
De vida
E toque teu calou-me
O alvoroço
Em delírios

Indescritível torpor!
Frenesi, tesão
Beijo e toque
Sabor divino!

Voou dos lençóis
Muito acima do chão
Iluminados, na viagem
Entrelaçados, sem nenhuma escuridão
No mesmo suspiro de excitação
Oh devaneio da paixão!

Nosso amor...

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Vamos pintar essa via!
Colorir outras vidas, de histórias
E largar o florido do nosso devaneio amado
Em canções e poesias que não definam tamanho
Mas que enriqueçam nosso amor
Porque eu te amo,

Meu amor.

Submissão

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  A passividade em frente a vida estimula a estrutura que se acha ser sua. A apropriação do outro para contigo, submerge o seu próprio eu-amigo. É-se então, um eu teu que nunca o foi propriamente seu. A submissão torna-se aconchego com o desencadeio de uma vida sedenta a mudez. Não há a transformação dos valores, não és alguém senão a projeção duma mentira que se acha ser gente. Contudo, é-se o que diz até o ponto que te acalentas ser um passível à beira do abismo... 

  Seu faz de conta contorna a decadência, sua fineza não passa de pobreza. Sua aparente nobreza fede a mofo, teu estômago é desgostoso. Seu sorrir não sorri com o teu eu, mas apenas com a boca de utilidade mecânica. E quanta porcaria que sai, tantas mentiras e aparências para mostrar-se superior, para se dizer e enfatizar um alguém que nem um pouco tu és... 

  Seus sentimentos são deixados para trás, tua inocência morre toda de uma vez, nada explica esconder-se. O sofrimento aumenta quando nega-te ser quem és. A passividade não mostra tua voz. Teu sorriso contém sentimentos que não são teus. Teu blefe, não mostra quem és por trás do capuz. Então, não passas de um fantoche que se acha ser gente, que submete-se ao atraente e que engolfa numa vida descontente...




I am mine

Sou...

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  Divido o real do natural, e me apego muito mais ao desconcerto. Dissimulo o contexto abstração tornando a redoma do meu sentimento. E, desfaço-me ao vento, como um sopro ao relento com falta de sossego, um baita de um enfermo. Sou, muito tudo quanto nada. Tão imenso em dor e sentimento que não me atenho a caber somente em mim mesmo.

  Sou um vento no desassossego, uma visão sem fim, um utópico sonhador poeta-ator. Uma questão sem resposta com um amor muito maior que o platônico sabor do sofrimento. Sou-me âmago desconfigurado em afagos bem dados, um carinho muito do bem tratado. Sou um sopro, um beijo amado no seu lábio carnado. Uma dor imensa com seu coração alado. Uma passagem, uma vida em sinceridade. Um não covarde, com um amor de verdade.



…Teu

Imensidão

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A procura da definição
Na mesa da imensidão
Um prato muito mais saboroso do que arroz e feijão

O sim que também é não
Um talvez que é mais inconcreto
O descoberto que não é certo

O fomento e a indecisão
Enticando novo momento de solidão

É muito mais que compreensão
Um abstrato e seu borrão
Uma flor e sua paixão
Um amor e sua vasta
Emoção

Retomada

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E hoje acordei,
simples,
só amando os tristes.

Avistei, um eu,
distante na história
com seus choros na memória.
Tão só, como sempre fora.
Tão criativo, como fez-se atual.

 Um eu, longínquo,
 com porquês partidos e o coração em prantos,
um eu muito do mais insano.

.Abstrato

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Eu gosto do que não tem forma, do que se desenvolve ao longo da história.
Eu gosto do não palpável, do interpretável, pois é tudo inimaginável.
Eu gosto do pincel, da caneta, da lente, dos borros e seus influentes.
Eu gosto do intangível, do valor unificado.
Do que não se pega, mas se imagina.
Do que não se tem, mas se sente.
De todas as vertentes.
Eu gosto do amorfo, do cheiro de mofo e das raridades do tempo.
Mas eu não gosto do vento.
Eu gosto da arte que não faz parte, da criatividade e do seu sacode.
Dos gritos, mas não da morte.
Do novo e sua sorte.
Da rima e seu acorde. Da arte e seu suporte.
Eu gosto é de um recorte, de uma exposição, sem norte.
Eu gosto é da liberdade, da expressão e da profundidade.
Eu gosto da linha, da teia, dos significados.
Do nada muito mais que um caso.
Gosto quando as ideias não vão é pro vaso.
Eu gosto do antiforme, do descalço, e do amor muito mais do que um fato.
Abstrato.
.
.
.
.
“Tudo em meu torno é o universo nu, abstrato, feito de negações noturnas. Divido-me em cansado e inquieto, e chego a tocar com a sensação do corpo um conhecimento metafísico do mistério das coisas.” Fernando Pessoa

Disritmia

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Cadeiras cheias
Razão vazia
O que se faz
Na tremenda disritmia

Abraço dado
De afago vago
Um doce
Mais do que amargo

Carinho feito
Em no cego
No ego

Uma amargura
Da mais pura desventura

Um vão
Abismal
Na mestragem do rpg
Uma marionete
Que também vê tv

Um conselho
Em segredo
Uma briga
Em mentira
Uma vida
De brinquedo

Te cuido

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  Você desfaz minhas rimas e mima minhas sinas. Desvenda o meu melhor e acoberta minha dor. Faz-me rir sorrisos que destroem quaisquer problemas. Você é tão mágico, tão fantástico. E, ao toque da tua mão já sinto nossa eterna ligação. Você me desfaz, em pedaços, em amor. Você me tem, aqui e agora, e sempre. Quando você me toca eu morro, pouco a pouco por dentro, porque eu sei que é amor. E não há questões para serem respondidas, não há barreiras para o verdadeiro. E os dias passam e eu passarinho, ao teu lado, com a tua mão na minha... Eu te cuido e amo, sempre assim na rima.



Sometimes it seems
That the going is just too rough
And things go wrong no matter what I do
Now and then it seems
That life is just too much
You've got the love I need
To see me through
You’ve got the love, Florence + The Machine

Afogados no amor

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Eu mergulhei
Nadei
E
Afoguei-me
No teu toque
Carinho
E
Beijo

Não há fim
Eu
Me afundei
Em
Ti

Eu sou
Teu
E
Não respiro mais
Só eu

Somos um só
Mergulhador
Afogados
No verdadeiro
Amor

Coração a palpitar

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  Chegou como calmaria de dia chuvoso, aos poucos e um tanto mais conquistando seu espaço natural por dentre a rota dos meus risos. Avistei, os olhos estrábicos e únicos sabendo-me já o que iria admirar perante o sempre e cheguei, querendo conhecer a pessoa que eu já sentia saber.

  Acabaram-se os pressupostos da espera e de ideais que jamais chegaram, meu eu foi amado. E, no ponto exato que já fugia de paixonites adolescentes, eu tudo já sentia... Sabia... Amei-te e amo, como jamais hei de sentir por outrem. E sei que é meu sonho ao mesmo tempo em que também é minha realidade...


  Então, fiz o clímax dos meus contos o toque do seu corpo. Contemplei as arfadas do peito com o seu amor e o nosso sossego. Sonhei e, você estava lá... A beira mar a me amar. E aqui, só vai... As letras a completar o amor que está no ar deste coração que não para de palpitar.




This heart, it beats, beats for only you, my heart is yours 
My heart, Paramore

O Boneco vive

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  O Pinóquio de carne na fantasia da realidade com o coração na decadência do sorriso da maioridade. As histórias heroicas de heróis movidas em farsas na cidadela mágica dos contos reais, o mundo feito a sal e sol e a visão acobertada por aquilo que decidimos ver. O boneco entorna, destorce e quebra, mas vive... A mentira da submissão da irresponsabilidade que brinca de casinha. O boneco cresce, na realidade de sonhos perdidos e de frustração ser vida. O boneco desenvolve-se, na ideia que cuidar é impor o que se quer e fazer o que se bem entende no momento em que quiser. O boneco sente, pois sabe da sua vida de marionete que se corrompe ao contente sorriso que nada lhe acalenta. O boneco espera, blefando sensações que nem suas são por causa do dono que o controla e não o cuida... O boneco também vive e, em algum momento ele se vai... Sorridente e incandescente, fugindo da estante, deixando a gaiola vazia e um adeus à porta.




E não adianta nem me procurar
Em outros timbres e outros risos
Eu estava aqui o tempo todo
Só você não viu (ou ouviu)
Na sua estante, Pitty

Saudade não cura

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  Vivi de maneira incompleta a totalidade dos momentos que careciam o meu todo. Separei minha alegria e resguardei sentimentos mais que belos para momentos que me “convinham”. Larguei nas colunas do tempo o que me devia junto estar até os confins da eternidade.

  Saudade, uma vida não vivida ou reprimira por querelas quaisquer. Vácuo, vazio, dor, buraco, nada que havemos de viver novamente, mas teremos de lembrar continuamente... Emoção, solidão, negação, aprendizado, não há perdão e nunca há de haver nada que suprir possa o que lembrança tornou-se.

  Viva intensamente tudo e saiba quão grande é o valor deste todo, por mais simples que aparentar se possa, ele ainda é único e perfeitamente especial em cada momento passado e, jamais poderá ser revivido ou voltado. A saudade não cura, viva o aqui e o agora!



Now your pictures that you left behind
Are just memories of a different life
Some that made us laugh
Some that made us cry
One that made you have to say good bye
Always, Bon Jovi