Vendaval

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  Tenho em mim todos os sonhos do mundo e por esta que me guardo na própria ontologia segredos aqueles que devastam nossa monotonia. Eis aqui, antagonicamente a perfeição da confusão, o tudo do nada ou o contrário, a sorte do revés ou o revés que também se é sorte. O mundo, aos braços de ser sem rumo. A existência e sua maior incumbência de se ser plena. Tenho em mim, todas as dores daqui, as artroses dali e as barbáries de teias próprias nossas que tecemos nas injustiças e descriminações. Sou de toda sensibilidade e angústias efêmeras que me são pulsadas na essência inquieta do meu vendaval, um sujeito normal. Oh, sou desse mundo ideal de platônico sonho real, sem nada de descomunal. Sou sujeito normal, ou melhor, apenas vendaval.



Às vezes ouço certo assovio lá fora
e esqueço o próprio vendaval de dentro