Casei com a dor

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  Casei com a dor e incrivelmente ela me machucou, sofri, amei sofrer e logo me dei importância a tudo que se envolvia no meu contorno débil de sentir... Aprofundei-me, no íntimo intrínseco de que sentir, nada mais é do que se automutilar na dor alheia e sensibilizar sentidos jamais vivenciados na própria pele.

  Coloquei-me na colocação primeira e na última, e a única pergunta que me brindei fora: “O que importa?”. E é isso, “o que importa” quando o outro sente algo; “o que importa” quando animais são maltratados; “o que importa” quando vemos um governo corrupto; “o que importa” quando há hospitais inacessíveis por sua desqualificação e indisponibilidade ambiental; o que importa?

  A dor, a única fonte de energia onipresente que nos temos nesse meio miseravelmente bom, que é sentir. É complexo dizer que gosto da dor, mas a sentir já é por si só suficientemente inexplicável. Só penso em ajudar tamanha demanda sofrida alheia que me vem, contudo ainda não tendo a fórmula perfeita do “país das maravilhas”, contento-me a ir até onde dou conta; calado, sozinho e ajudando...



“O homem que não conhece a dor, não conhece a ternura da humanidade”
Jean-Jacques Rousseau

A jardinagem do Amor

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  Sou um vaso de vidro nu que procura a tua areia para se aconchegar como colo, suportando dores nem sentidas e plantando amores com sementes em forma de sorriso. Sei que hoje em dia a jardinagem não está em alta, mas mantenho o peito aberto à espera... (há de melhorar)... Talvez me seja ainda regado pelo perfume inimaginável do teu abraço e, mesmo que difícil, simplesmente se permita que me faça vista na varanda da tua vida, aliás, sou a muda do nosso amor, dos nossos olhares, dos nossos carinhos mais secretos e intocavelmente sentidos... Ah, ainda hei de te tocar o peito e semearemos a muda crescente que hoje se chama Amor, transformando-a em nós e somente isso emergirá do “tempo” que nos temos, eu sinto... Pois uma muda só precisa de um espaço para começar a preencher, de uma chance para experimentar carinho e o fazer brotar frutos de “tempo já esperado”, crescendo com caricias tuas... Amando teus cuidados. Uma muda só precisa de amor...



Rega-me com o teu abraço!