Submissão

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  A passividade em frente a vida estimula a estrutura que se acha ser sua. A apropriação do outro para contigo, submerge o seu próprio eu-amigo. É-se então, um eu teu que nunca o foi propriamente seu. A submissão torna-se aconchego com o desencadeio de uma vida sedenta a mudez. Não há a transformação dos valores, não és alguém senão a projeção duma mentira que se acha ser gente. Contudo, é-se o que diz até o ponto que te acalentas ser um passível à beira do abismo... 

  Seu faz de conta contorna a decadência, sua fineza não passa de pobreza. Sua aparente nobreza fede a mofo, teu estômago é desgostoso. Seu sorrir não sorri com o teu eu, mas apenas com a boca de utilidade mecânica. E quanta porcaria que sai, tantas mentiras e aparências para mostrar-se superior, para se dizer e enfatizar um alguém que nem um pouco tu és... 

  Seus sentimentos são deixados para trás, tua inocência morre toda de uma vez, nada explica esconder-se. O sofrimento aumenta quando nega-te ser quem és. A passividade não mostra tua voz. Teu sorriso contém sentimentos que não são teus. Teu blefe, não mostra quem és por trás do capuz. Então, não passas de um fantoche que se acha ser gente, que submete-se ao atraente e que engolfa numa vida descontente...




I am mine