Uma expectativa que virou decepção

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  Esperei... E criei o tipo ideal que queria a mim. Especulei expectativas fictícias que te trancafiavam no que me almejava por junto. Desenvolvi a perfeição dos fatos ou do sentimento que preponderava a minha realidade, sonhando-me cada vez mais com algo abstrato que queria que me fosse concreto, realmente tocável. Dei-me, então, de ombros com imperfeições tornando-te o esmo necessário para as engrenagens de um singelo e bonito ato de sorrir do meu dia a dia.

  Mas, logo mudou. Depositei-te por inteiro uma dor que não podes carregar. Sonhei transformando-te no ideal que só via a mim, mas te excluía os princípios de também ser alguém de escolhas e sentimentos. Esperei demais algo que não me podes dar.

   Minha expectativa tornou-se decepção, pois o que já tinha e tenho para ser oferecido sobrepõe à realidade do sentido e mergulha-se profundamente no íntimo, assim, meu vazio é impreenchível. E, o que espero sempre se fez uma utopia que me trouxe sorriso por junto duma incerteza que se desenvolve após em dor. Todavia, o que fiz e o que faço é apenas ser eu, doído e de profundos sentimentos que não cabem em braços, mas sim, num peito.

  Contudo, aprendi que esperar e desejar demais pode criar-nos uma decepção (nem tudo é como queremos). O ideal é deixar-nos viver e nos entregarmos aos poucos, intimamente preenchendo-se...



Esperar muito de alguém pode nos decepcionar,
mas pior que se decepcionar é não aprender e não tentar viver
outras expectativas que nos tragam esperanças do amor.

Um novo horizonte chamado você

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  Chegou, conversou, conquistou e abalou. Fiquei-me sem ar e norte, sem eira nem beira. Carente, te senti em mim como um novo horizonte que resolvia a equação da minha dor. Sofri calado no sufocamento que me dei deixando-te sem ar, pois já não me sentia há muito tempo algo diferente da tristeza pesada de sentimentos não correspondidos ou destruídos por outrem. Quis sorrir e...

  Sorri-me ao ver-te no encalço que me desestruturou o rumo do andar em círculos. Já não me sabia mais o que era sentir-se bem, e logo, seu horizonte corou meu peito já fadigado. Doeram-me dores de amar e de dúvidas, mas tudo se fez harmônico para que em tão pouco tempo eu houvesse envolvido, balançado e aberto para a chegada do teu “eu”. Este “eu” que me começara a vir à tona dentro das coisas vividas por detrás de nossos papos. Conhecer-te mais me fez dor: de amar e de ser feliz. Trouxe-me um novo horizonte de possibilidades, uma nova dor e um novo querer. Um horizonte chamado você.


“Liberdade de voar num horizonte qualquer, 
liberdade de pousar onde o coração quiser” 
Cecília Meireles                   
Só isso que quero