Eu gosto do que não tem forma, do que se desenvolve ao longo
da história.
Eu gosto do não
palpável, do interpretável, pois é tudo inimaginável.
Eu gosto do pincel, da
caneta, da lente, dos borros e seus influentes.
Eu gosto do
intangível, do valor unificado.
Do que não se pega, mas se imagina.
Do que não se tem,
mas se sente.
De todas as vertentes.
Eu gosto do amorfo,
do cheiro de mofo e das raridades do tempo.
Mas eu não gosto do vento.
Eu gosto da arte que
não faz parte, da criatividade e do seu sacode.
Dos
gritos, mas não da morte.
Do
novo e sua sorte.
Da rima e seu acorde. Da arte e seu suporte.
Eu
gosto é de um recorte, de uma exposição, sem norte.
Eu
gosto é da liberdade, da expressão e da profundidade.
Eu
gosto da linha, da teia, dos significados.
Do nada muito mais que um caso.
Gosto quando as ideias não vão é pro
vaso.
Eu gosto do antiforme,
do descalço, e do amor muito mais do que um fato.
Abstrato.
.
.
.
.
“Tudo em meu torno é o universo nu, abstrato, feito de negações noturnas. Divido-me em cansado e inquieto, e chego a tocar com a sensação do corpo um conhecimento metafísico do mistério das coisas.” Fernando Pessoa
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