Casei com a dor e incrivelmente
ela me machucou, sofri, amei sofrer e logo me dei importância a tudo que se
envolvia no meu contorno débil de sentir... Aprofundei-me, no íntimo intrínseco
de que sentir, nada mais é do que se automutilar na dor alheia e sensibilizar
sentidos jamais vivenciados na própria pele.
Coloquei-me na colocação primeira
e na última, e a única pergunta que me brindei fora: “O que importa?”. E é
isso, “o que importa” quando o outro sente algo; “o que importa” quando animais
são maltratados; “o que importa” quando vemos um governo corrupto; “o que
importa” quando há hospitais inacessíveis por sua desqualificação e indisponibilidade
ambiental; o que importa?
A dor, a única fonte de energia
onipresente que nos temos nesse meio miseravelmente bom, que é sentir. É
complexo dizer que gosto da dor, mas a sentir já é por si só suficientemente
inexplicável. Só penso em ajudar tamanha demanda sofrida alheia que me vem,
contudo ainda não tendo a fórmula perfeita do “país das maravilhas”,
contento-me a ir até onde dou conta; calado, sozinho e ajudando...
“O homem que não
conhece a dor, não conhece a ternura da humanidade”
Jean-Jacques Rousseau
Sua poesia é emocionante, e se não conhecermos a dor, como saberemos o prazer do amor?
ResponderExcluirbjo